Aprendizagens interculturais com os
Guarani e Kaingang na educação básica
Bolsa de Produtividade em Pesquisa -
CNPq
A pesquisa aproxima estudos
realizados no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Santa
Cruz do Sul - UNISC, aldeias Guarani e escolas, a partir da proposição de um
diálogo transdisciplinar sustentado no princípio do impacto da cultura na ciência
e na inovação social. Na convivência com a palavra Guarani e Kaingang, com os
Guarani como principais interlocutores, o projeto de pesquisa tem como objetivo
compreender processos educativos interculturais que permitam promover abertura
a outros modos de interrogar a educação das infâncias. De modo específico,
busca-se aprofundar estudos ameríndios e refletir sobre os modos de estar sendo de indígenas e
não-indígenas, a fim de estabelecer um diálogo intercultural em torno da
escolarização das infâncias. A relevância do
estudo para o campo da pesquisa educacional está na ampliação das fronteiras
nos modos de investigar, de intervir, de sentir e de pensar como estratégia
teórico-metodológica que favoreça uma aproximação complexa às ciências humanas.
Consideramos que uma das maiores crises que vivemos em nosso país é a
educacional, em especial na educação básica e diz respeito tanto aos modos como
convivemos em sociedade quanto aos modos como histórica e politicamente
projetamos e efetivamos interações com crianças e jovens na Educação Básica.
Nessa perspectiva, o projeto de pesquisa se detém, desta forma, no estudo dos
modos de viver entre adultos, crianças Guarani e mitologia Kaingang para perseguir um diálogo intercultural que
permita problematizar a experiência de linguagem no processo de escolarização
das infâncias e dos significados construídos pelos professores no exercício da
docência. A problematização da pesquisa está na busca de encontrar diálogos
educativos entre a escola e as etnias Guarani e Kaingang, no sentido de
proporcionar aos professores um material pedagógico sólido, que possam utilizar
para efetivar a Lei n. 11.645/2008 e ampliar os aprendizados das crianças e dos
jovens, na direção de uma valorização de nossas próprias raízes identitárias.
Tal caminhada pode promover a superação de concepções simplificadas de educação
pelo encontro entre alunos e pesquisadores da universidade, lideranças e
crianças indígenas e não indígenas, assim como professores e professoras da
Educação Básica. Para tanto, optamos por uma metodologia baseada nos círculos
de cultura, segundo Paulo Freire (2011) e na pesquisa participante, segundo
Brandão (1999), a serem desenvolvidas de modo compartilhado e negociado na
vivência como percurso intercultural de produção de saberes e conhecimentos. A
intenção é dar continuidade à interlocução com os Guarani para aprofundar
estudos em torno da relação entre educação básica e processos de aprendizagens
interculturais que considerem a inseparabilidade entre corpo, linguagem e mundo
nos processos graduais de aprender a coexistir.
Para saber mais, acesse: https://drive.google.com/file/d/1Cg9fjMKNXHY3oY1bhNuEAd3O9ECgSDae/view?usp=sharing