O risco de uma ideia
Foto de Matheus Bertelli/Pexels

O risco de uma ideia

Por Delano Lins*, embaixador para o tema Inovação no Sistema LIDE em Pernambuco

Por que as pessoas inovadoras em sua empresa podem não compartilhar suas melhores ideias?

Albert Einstein disse uma vez: “Se a princípio a ideia não é absurda, então não há esperança para isso”. Quão verdade. Quando alguém surge com uma ideia radicalmente nova, muitas vezes é difícil determinar se a nova ideia é brilhante ou estúpida — mesmo para a pessoa que teve a ideia em primeiro lugar.

Como resultado, é preciso ser uma pessoa corajosa para propor à sua empresa uma ideia nova e verdadeiramente inovadora. As consequências percebidas podem incluir ridículo, perda de respeito da administração, perda de promoções futuras e muito mais.

É claro que não são apenas as pessoas corajosas que têm ideias brilhantes. Pessoas tímidas, pessoas inseguras em relação aos seus empregos, pessoas novas que não estão familiarizadas com a cultura corporativa e pessoas que não gostam de agitar (o que inclui a maioria de nós) são susceptíveis de manter ideias radicais para si, em vez de arriscar as consequências. Como resultado, a maioria das organizações perde ideias brilhantes com retornos potenciais substanciais.

As consequências disso são tremendas. Pelos nossos cálculos, uma empresa com 1.000 pessoas perde uma ou duas ideias revolucionárias (ou seja: ideias que têm um efeito significativo no volume de negócios) todos os anos.

Existem duas soluções, ambas devem ser implementadas em todas as organizações que desejam maximizar o seu potencial de inovação:

Garantir que existe um ambiente de confiança dentro da organização, especialmente no que diz respeito às propostas de ideias. Se cada ideia for tratada com respeito e mesmo os proponentes de ideias pouco práticas forem recompensados por partilharem as suas ideias; o pessoal sentir-se-á mais confortável em contribuir com ideias para a organização, mesmo ideias que possam parecer absurdas. Um tal ambiente de confiança não pode ser criado instantaneamente. Leva tempo para criar e promover os mecanismos que apoiam o meio ambiente. Mesmo assim, a confiança só virá com o tempo.

Crie um processo que permita que um funcionário proponha ideias anonimamente, mas forneça um mecanismo que permita que esse funcionário seja reconhecido caso sua ideia seja implementada.

Só desta forma os colaboradores poderão sentir-se seguros em propor ideias potencialmente absurdas — mas também potencialmente revolucionárias – à sua organização.

Se o seu sistema de proposta de ideias for uma caixa de sugestões antiquada, você pode simplesmente fornecer documentos de ideias com recibos. Proponentes anônimos poderão reter o recibo e apresentá-lo posteriormente, quando a ideia for implementada.

Escusado será dizer que as empresas impulsionadas pela inovação precisam de combinar um ambiente de confiança com um meio de submeter ideias anónimas à gestão.

*Delano Lins tem uma longa e bem sucedida carreira executiva. Formado em Administração de Empresas pela Universidade Católica de Pernambuco, especializou-se em Marketing e Vendas pela Fundação Getúlio Vargas e em Human Resources Management pela San Francisco State University/CA, USA além de diversos cursos de especialização em Negócios em Harvard (Boston/MA) e Stanford (SFO/CA). Tem mais de 30 anos de experiência em vendas e desenvolvimento de negócios. Começou no rodapé dos organogramas e hoje atua como Embaixador para o tema Inovação do sistema LIDE PE e, Consultor para Gestão Estratégica/Vendas/Inovação/Transformação Digital tendo antes passado por empresas como SEIDOR, SAP do Brasil, TMF Group, Netscout Systems, Saba Software, Cisco, Alcatel-Lucent, Avaya, Enterasys Networks, Cabletron Systems e Novell, além de possuir certificações internacionais como instrutor em metodologias de vendas. Seu constante crescimento profissional deve-se a maneira bem humorada, e sobretudo humana, de conviver com o ambiente corporativo.

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