Carreira & Dinheiro
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Por Por Stefani Sousa (@stefanisousas); Fotos Getty Images


Você já leu por aqui como organizar as finanças em tempos de crise e entendeu que, para estar preparada para situações de emergência, é importante ter um dinheirinho guardado. Fazer investimentos é uma atitude saudável que pode te ajudar a fazer sua economia render e, embora possa parecer arriscado se jogar nos investimentos em meio a pandemia, garantimos que é sim possível (e recomendado). A professora Claudia Emiko Yoshinaga, coordenadora do Centro de Estudos em Finanças da FGV EAESP, explica tudo.

Devo investir mesmo na pandemia? (Foto: Getty Images ) — Foto: Glamour
Devo investir mesmo na pandemia? (Foto: Getty Images ) — Foto: Glamour

Devo investir mesmo na pandemia?
“Sempre é um bom momento para começar a investir”, garante Claudia já nos primeiros minutos de entrevista. “Deixar de juntar dinheiro ou de pensar em aplicações só porque estamos em crise não é bom. Afinal, no atual cenário econômico do Brasil, planejar uma reserva de dinheiro para compras futuras ou aposentadoria, mesmo na juventude, é algo importante", completa.

Como é a melhor maneira de começar?
Com a crise, a dica é não se jogar em coisas tão arriscadas logo no ínicio. “Se a pessoa não tem hábito e nunca investiu na vida, é melhor buscar equilíbrio e não ir direto às ações”, explica a professora. Mas, claro, tudo vai de acordo com seu perfil de investidora e do risco que está disposta a correr. “Existe, sim, a probabilidade de desvalorização. Em março, por exemplo, as ações caíram cerca de 30%, mas, em abril, a recuperação foi de 11%. Há risco de ganhar ou perder.” O segredo? “Diversificação de carteira, invista em renda fixa e também variável”, aconselha.

Já tenho dinheiro investido, devo mexer nessa aplicação?
O ideal, segundo Claudia, é sempre analisar se é necessário rebalancear seus investimentos, estando ou não em momentos de crise. Mas, no geral, a orientação é não mexer. “Em ações, aconselho não resgatar investimentos agora. Quem investiu em março, se não resgatou, recuperou parte da perda em abril. A pandemia trouxe um choque negativo, mas há a expectativa de recuperação da economia”, analisa. “Caso não precise do dinheiro agora, espere algum grau de recuperação."

Cuidado com a emoção
“Em tempos de crise, é normal que as pessoas fiquem em pânico e tomem decisões muito emocionais. Com dinheiro, isso não é bom”, pontua. “Tanto o pânico quanto a euforia fazem com que a gente arrisque e se coloque mais em riscos do que o normal. Tome cuidado para não tomar decisões precipitadas que podem custar caro”, aconselha a especialista.

Investindo, aos poucos, você pode se arriscar mais
A primeira coisa ao investir é sempre analisar seu perfil de risco, mas se permita ousar com sabedoria. “No passado dava pra ter um rendimento bom em renda fixa, mas daqui pra frente isso não será verdade. Mesmo quem você seja muito avessa a riscos, precisa começar a repensar isso para ter um pouco mais de retorno financeiro”, reflete a professora enquanto pontua que, em renda fixa, a taxa Selic está baixa e rendendo cada vez menos. “Com a rentabilidade de 3% ao ano, vai começar a ser inevitável que as pessoas invistam em ações ou fundos multimercado”, pontua.

Vale a pena comprar euro ou dólar?
“Câmbio é um dos investimentos mais imprevisíveis. Ninguém consegue dizer se está barato ou caro porque pode mudar muito”, declara. Neste caso, a recomendação é investir aos poucos ou em um Fundo Cambial. “Se no futuro a pessoa planeja ir ao exterior, ela pode ir colocando, a cada mês, um pouquinho de dinheiro em um fundo. O dinheiro vai acompanhando a valorização do dólar. Como não tem como acertar um bom dia, o melhor jeito é espalhar ao longo dos meses. Assim, na média, você garante que comprou em um preço bom”, explica.

Investir em ações de uma única empresa é ok?
“A menos que a pessoa queira fazer uma aposta específica em uma empresa, o melhor é diversificar e não apostar apenas em um único lugar. Isso evita que, caso aconteça algo ruim com aquela marca, o investidor não perda todo o seu dinheiro”, aconselha.

Qual é um investimento legal para fazer agora?
“ETF (Exchange Traded Fund) é uma possibilidade para renda variável. É como uma cota. Se você decide comprar ações, fica na dúvida do que comprar, de qual empresa é boa e de apostar tudo em algo único. Neste sentido, comprar um ETF, que segue o índice Ibovespa é um produto bastante diversificado”, orienta. Mas o que exatamente é isso? “ É como comprar uma cota de rentabilidade de várias empresas, só que com a taxa de administração baixa quando comparada a fundos de ações”, finaliza.

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