Notícias | 31 de março de 2020 | Fonte: CQCS

Seguradoras buscam contrabalançar momento de redução de juros nos resultados financeiros

Controlar despesas e sinistros, investimento em novas tecnologias são algumas das medidas adotadas pelas seguradoras brasileiras para atuar em um cenário de juros baixos por um longo tempo. É o que diz matéria publicada pelo jornal Valor Econômico.

De acordo com o jornal, as companhias estão tomando iniciativas que ajudam a melhorar suas operações e as experiências dos segurados. Com a meta da taxa Selic em 3,75% e a possibilidade de novas quedas, a expectativa é que esse cenário permaneça por bastante tempo.

William Eid Jr., coordenador do Centro de Estudos em Finanças da FGV, diz que as aplicações das seguradoras são muito reguladas e elas não podem tomar risco. “A queda dos juros deve trazer uma lucratividade menor”, afirmou.

Abel Colaço, sócio da Bain & Company, também foi ouvido pela reportagem e disse acreditar que essa busca deve se tornar rotineira para as seguradoras já que as condições de mercado vêm se deteriorando.  “Há dois ou três anos, ninguém previa uma queda tão forte dos juros, mas as seguradoras já haviam começado a buscar mais eficiência porque o mercado não havia crescido durante a recessão”, diz.

Marcio Coriolano, presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), afirmou ao jornal que para combater a queda de resultados financeiros, as seguradoras têm atuado em três frentes: ajuste das despesas administrativas, comerciais e da sinistralidade.

Buscar eficiência operacional, mas sem deixar de levar em conta a experiência dos clientes é a alternativa apontada por Sergio Biagini, sócio da Deloitte. “Hoje tudo o que é feito no back office leva em conta que é necessário reduzir o tempo de atendimento ao cliente e melhorar a sua experiência”, afirma. Para ele, cada vez mais as novas tecnologias são usadas não só no atendimento por meio de bots, mas também nos processos internos, como os de subscrição das apólices e de pedidos relacionados a sinistros.

A matéria diz que Brasilprev e MAG Seguros (Mongeral Aegon) vêm conjugando iniciativas de controle de custos, automação, investimento em tecnologia e melhoria na experiência. “Há uma mudança estrutural forte e disruptiva na indústria financeira por conta dos avanços tecnológicos e das plataformas digitais”, diz Jorge Ricca, diretor financeiro da Brasilprev.

Nesse novo ambiente, ele conta que a seguradora vem investindo para ampliar e aprimorar a assessoria que presta. Ela atualizou a base de 2,2 milhões de clientes, intensificou a comunicação por meio de e-mails personalizados, boletins, vídeos e informativos com linguagem acessível, passou a enviar extratos por Whatsapp e está desenvolvendo ferramentas de simulação de poupança para a aposentadoria a partir dos gastos e receitas dos usuários. Também criou uma superintendência de dados para fomentar a cultura de análise de dados dentro da empresa.

Outras iniciativas são a oferta de um portfólio de produtos de maior valor agregado, como fundos multimercados e multigestor e a abertura da plataforma para o segmento private.

E, ainda, o controle de custos por meio da simplificação e otimização de processos, reduzindo as tarefas manuais e a necessidade de utilização de canais físicos.

Na MAG, a tônica é semelhante: crescer, reduzir custos e manter as despesas e a sinistralidade sob controle. Quanto às despesas, Raphael Barreto, chief financial officer, conta que a filosofia foi manter a disciplina e privilegiar aquelas que trouxessem benefícios aos clientes, como os investimentos em tecnologias que melhoram o relacionamento por meio de uma central de atendimento e uma plataforma de serviços digitais.

Com relação à aplicação das reservas, para contrabalançar a redução dos juros, a seguradora aproveitou oportunidades no crédito privado e em multimercados quando o cenário estava favorável.

No entanto, Barreto diz que como a seguradora trabalha com casamento de ativos e passivos (grande parte atrelados ao IPCA ou ao IGP-M), a margem de manobra para buscar ativos de risco, potencialmente mais rentáveis, é muito pequena, de 2% a 5%, e usada pontualmente.

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