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Guerra cultural: Trump perde a batalha

por Ricardo Dias Muniz (*)

Desacreditado, sobrevivendo em emprego que não correspondia às suas capacidades, Albert Einstein precisava de nada menos que demonstrar que em séculos de consenso a elite científica estava errada, ou seja, Isaac Newton não era infalível. Pra você, essa história pode parecer irrelevante, mas, na realidade de Einstein, era quase como afirmar hoje que “lockdown” não tem comprovação em experiências. Por pouco não te queimam na fogueira por falar isso; o cancelamento no twitter é certo.

Também desacreditada e sem relevância, a esquerda teve que aprender a enfrentar seus Newtons, no caso Lenins. O método leninista consistia em fazer a revolução por meio de tomada de poder por guerras convencionais, soldados, tanques etc. Quase um século de insucessos os obrigou a mudar o método, pois a realidade tinha mudado. A guerra agora acontece no campo da cultura.

Se esse termo guerra cultural lhe pareça estranho, ou novo, saiba que estamos em pleno combate. Mas, acredite, isso já aconteceu antes. Os exemplos mais icônicos ocorreram sem uma coordenação central, mas mesmo assim destruíram impérios poderosos. Como nos casos dos Hebreus que se estabeleceram onde hoje é Israel, destruindo egípcios, filisteus, babilônios e outros; e no caso Cristão, que implodiu em apenas 300 anos o todo poderoso Império Romano.

Assim sendo, sua curiosidade deve estar revirando sua cabeça, tentando imaginar como se combate uma guerra cultural. A explicação não é tão fácil de fazer, mas é algo assim: primeiro, dominando os futuros profissionais que tomarão as decisões no país: os jornalistas, os juízes, escritores, economistas, políticos, cientistas, enfim, a classe falante. E onde eles são formados? Nas universidades. Ou seja, domine as faculdades e o futuro estará nas suas mãos. Segundo: domine a produção científica e dominará a “verdade” que quiser propagar. Quando os profissionais falantes estiverem seguindo a cartilha da “verdade única”, gradativamente tudo será aos poucos dominado. As editoras só publicarão livros com a “verdade”. Vários especialistas apenas analisarão aspectos de uma mesma “verdade”. Todo pensamento divergente da “verdade” será reprimido, condenado e censurado do debate público. Nesse ponto, restará apenas a limpa e bela… já sabem, “verdade”.

Para ser prático, desde a eleição de Donald Trump, em 2016, os Estados Unidos da América travaram vitoriosamente uma guerra comercial contra a China. O país asiático estava nitidamente em crise, os adversários da região crescendo, o que forneceria uma rivalidade à altura aos produtos chineses. Por outro lado, o presidente americano perdeu de lavada a batalha cultural. Quase nenhum apoio nas mídias principais, faculdades dominadas pelo progressismo, artistas, cinema, burocracia estatal. Com quase tudo contra, Trump perdeu. Inclusive mudanças eleitorais de última hora, provocadas por, veja só, uma pandemia originada na China. A vitória administrativa de nada adiantou na batalha cultural. Parece que largar as armas e partir para mudar os livros acabou provando que Lenin estava ultrapassado.

Quanto ao Einstein, no final ele também conseguiu provar que Newton não sabia toda a verdade. O desacreditado sozinho ganhou do mundo todo. Essa história mostra que não importa se todas as pessoas dizem algo, só é necessário que um descubra a verdade para que todos outros estejam falando outra coisa, menos ela.


(*) Ricardo Dias Muniz – Especialista em Gestão Estratégica, Engenheiro de Produção, estuda Direito e Ciências Políticas.

As opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores por não representarem necessariamente a opinião do jornal

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