Paixões Recorrentes

Estamos em 1939, o mundo em convulsão e derrocada iminente.
A guerra se anuncia inevitável. Não há mais refúgio possível.
No entanto, no Atlântico Sul sempre existirá uma rota de fuga!
O destino indica a possibilidade: a América do Sul.
Parada inevitável: Costa do Brasil!
Natureza exuberante...haverá amanhã?
Os navios que percorrem essa costa fazem paradas obrigatórias
para recolher fugitivos que escaparam de outros navios.
Nessas paradas, imigrantes desesperados preferem se jogar ao mar
do que enfrentar a deportação e a dor da nova realidade.
Desembarcam aos tropeções carregando seus poucos pertences sem
que ninguém lhes pergunte nada. Cheios de medo suplicam:
“ - Me larga aqui! Me larga...aqui eles não me acham!”
“ - Não seja ingênua! Eles sempre sabem de tudo!”
“ - Prefiro apodrecer aqui...do que começar tudo de novo!”
Arrastam-se por praias deslumbrantes!
As bebedeiras e as traições os transformam em amantes vagabundos!
É vã a tentativa de evitar a morte de suas ideologias.
Essas criaturas preferem levar vidas imaginárias e paixões recorrentes!