Cantora trans divulga novo nome: 'Agora conhecem meu trabalho e sabem como me chamo'

Ella, que participou do programa de Raul Gil, compartilhou nas redes sociais que fez a retificação de seu nome e foi recebida com carinho por seus fãs, família e amigos

Por Paola Churchill, redação Marie Claire — São Paulo


Cantora gospel explica como escolheu seu nome social Reprodução/Instagram

A ex-cantora gospel Jotta A conta que sempre se identificou com borboletas, pois, como o inseto, passou por várias mudanças ao longo da vida. Depois de ter anunciado para o mundo que é uma mulher trans, ela recentemente mostrou com alegria nas redes sociais sua nova identidade com o nome social que escolheu: Ella.

“Nasceu de uma maneira espontânea. Senti que esse nome combinava comigo, apesar de ser um nome simples e singelo. Mas também não posso negar que a minha musa inspiradora para a escolha do nome foi a cantora de jazz americana Ella Fitzgerald”, explica em entrevista a Marie Claire.

A cantora começou sua carreira no programa de calouros de Raul Gil. Nascida em Guarajá-Mirim, no estado de Rondônia, passou dificuldades para conseguir morar em São Paulo e realizar seu sonho de cantar. Depois de acumular milhões de visualizações e até indicação ao Grammy Latino, a artista sentiu que era a hora de ser quem realmente era.

Em 2020, na pandemia e com os shows cancelados, ela ficou mais em casa e usou o momento de introspecção para se entender.

Esse processo todo, Ella considera que foi de renascimento: “Agora, as pessoas me conhecem por meio do meu trabalho e sabem como me chamo. Tenho a sensação de que, além dos meus amigos e familiares, as pessoas estão comemorando comigo essa conquista, porque sabem a importância para uma pessoa transexual de ter acesso a esses benefícios a que todes temos direito”.

+ Notícias: Mc Trans diz que desenvolveu síndrome do pânico após transfobia em hotel

A vez d'Ella

O primeiro passo para a cantora ser quem ela queria ser foi a retificação do nome social. O processo, segundo ela, foi gratificante, apesar de cansativo. “Na época em que retifiquei, realizei todo o procedimento diretamente com meu cartório de registro em Guajará-Mirim. Fui muito bem atendida e, em poucos dias, já estava com os meus documentos em mãos”, começa.

Em seguida, ela realizou algumas cirurgias, um grande sonho que também conseguiu realizar.

“Acho que nenhuma cirurgia vai validar se você é uma pessoa trans. Acredito que a transexualidade, antes de ser expressa e passar pela externalidade, ela já se encontra na pessoa. Isso quer dizer que antes mesmo do meu corpo ganhar as formas que tem hoje, eu já me imaginava dessa maneira e me percebia assim. Mais importante do que a estética é você se sentir realizada e feliz consigo mesma.”

Mais recente Próxima Raquel Pacheco acusa ex de agressão: 'Não podemos deixar nossas filhas com traumas'

Leia mais