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    No dia da mentira, veja os 5 principais mitos quando o assunto é investimento

    Especialista em finanças comportamentais dá dicas de como evitar o senso comum

    Quarentena pode ser propícia para fazer cusos online na área de finanças e investimentos
    Quarentena pode ser propícia para fazer cusos online na área de finanças e investimentos Foto: Helloquence/Unsplash

    Manuela Tecchio,

    do CNN Business, em São Paulo

    Quando o assunto é investimento, uma série de mitos e preconceitos ainda dominam as conversas informais entre os brasileiros. Se você faz parte do grupo que não sabe no que acreditar e morre de medo de aplicar seu dinheiro por falta de informação, seja na renda fixa ou variável, essas dicas são para você!

    Em homenagem ao dia da mentira, conversamos com investidores e analistas para saber quais informações falsas ainda são espalhadas pelo senso comum sobre investimentos e aplicações.

    Especialista em finanças comportamentais e Coordenadora do Centro de Estudos em Finanças (CEF) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Claudia Yoshinaga desvenda alguns desses mitos e orienta investidores a se comportarem frente às incertezas.

    1- Investimento é “coisa de rico”

    “Muita gente acha isso”, diz a professora. Mas, segundo ela, o ideal é tomar uma atitude de onde você está. “Sugiro começar pelo Tesouro Direto. Na renda fixa, em títulos públicos, você consegue boas taxas, mesmo investindo pouco. Porque no mundo de fundos, por exemplo, você vai precisar de uma quantidade muito maior. Nos títulos públicos, dá para entrar com R$ 100. E quanto mais cedo você começar, melhor”, explica.

    2- Só experts em economia sabem investir

    Desde que você tenha uma noção básica de como funciona o mercado financeiro, o melhor a fazer é começar logo a aplicar. O conhecimento vem com o tempo, inclusive das experiências: boas ou ruins. Em épocas como essa que vivemos, de instabilidade e crise, o melhor a fazer é se informar, diversificar a carteira e começar com um valor baixo.

    “Claro que não vamos sugerir que alguém salte de paraquedas sem antes passar por um treinamento, mas não espere entender toda a física que mantém o paraquedas no céu para tomar coragem”, diz Yoshinaga. 

    “Você consegue investir mesmo sem saber tudo. Existem produtos mais complexos sim, e aí você vai precisar entender mais do mercado. Mas você não pode ficar esperando ter todo conhecimento do universo porque pode ser que esse dia nunca chegue. Comece a tomar decisões com seu dinheiro agora.”

    3- O segredo é encontrar um bilhete premiado

    Outro mito muito comum é o de que a pessoa vai encontrar um investimento de alta rentabilidade sem correr risco. Mas, atenção: dinheiro fácil não existe.

    Nada vai te dar um ganho certo altíssimo sem correr riscos proporcionais. “É preciso desconfiar quando aparece uma oportunidade maravilhosa, de ganhos certos e extraordinários. É só olharmos para quantas histórias tristes envolvendo esquemas de pirâmide existem”, afirma a especialista. 

    4- Para investir, é preciso acompanhar o mercado em tempo real

    Na verdade é o contrário, segundo a professora. Mesmo em períodos mais estáveis, quem negocia muito, tem menos retorno. “Vários trabalhos acadêmicos provam que quanto mais você faz operações, pior é o seu retorno no médio e longo prazo”, afirma.

    “Acredito que em épocas de crise, é inclusive recomendável nem olhar muito para o mercado. Não é saudável para a sua mente, nem para o seu estômago. Claro, não esqueça de observar, mas oscilações não devem ser seu foco constante.”

    Por isso, é sempre bom manter a velha reserva de emergência, para não ser obrigado a sacar o dinheiro do investimento no pior momento.

    5- Não tenho dinheiro sobrando, melhor manter o padrão de vida

    Nesse caso, o segredo é o equilíbrio. “Alguns alunos me perguntam: preciso juntar dinheiro para começar a investir? Respondo que não, é melhor começar aos pouquinhos. Quanto antes melhor. Essa ideia gera uma procrastinação, que é péssima.” Mas lembre sempre de manter o cofrinho cheio.

    “Esse momento de agora prova de que o ‘colchão’ é essencial. A gente não sabe o que vai acontecer lá para frente. Se você não tiver nenhum dinheiro guardado, como você faz? Tem que buscar equilibro. Nem ser o Tio Patinhas, nem esbanjar. É claro que tem que curtir a vida e aproveitar, mas não se pode esquece que os sustos vêm.”